Dentre toda a estupidez humana, talvez a menos sensata seja expulsar sua sanidade. Seguindo em pleno desamparo ao despertar de sua própria mente perturbada, uma inquietude profunda a oprimir um pobre coração dilacerado, que em uma fuga frenética tenta agarrar-se impetuosamente ao pouco que lhe resta de suas virtudes. Um ato carregado de futilidade, afinal, ninguém é forte o bastante para dominar seus próprios devaneios impiedosos, nem tão fraco que não possa afugenta-los, eu o mantenho preso mas não posso controla-lo, eles se rastejam até mim e enrolam-se em volta de minha garganta reprimindo um grito de liberdade. Sinto raiva e não sou nada além de uma sombra na noite.